Antes, durante e após a mudança, uma alegria ansiosa sempre me acompanhou. É claro que você poderia pensar - eu também pensei - que ansiedade nunca é coisa boa. Muitas vezes tentei domar a ansiedade, mas então eu entendia que a ansiedade que me acompanhava não era aflição, agonia, impaciência. Era simplesmente vontade de ver meu apê tomando forma. E é claro que eu queria que fosse logo! Quem não quer? Por isso, como preferi definir, essa alegria ansiosa.
Mas, vamos com calma, porque a pressa é inimiga da criatividade e imaginação. Eu queria ver o meu apê tomando forma logo, mas ao mesmo tempo compreendi que o processo de formar ou transformar um espaço para que ele tenha a sua cara, o seu jeito, a sua personalidade, que te traga conforto e felicidade, é lento. Mas, ao mesmo tempo, o sentimento de realização e missão cumprida a cada m² que toma a forma que você queria, é quase indescritível. Quando te tira aquele sorriso bobo e sincero então, alegria suprema.
Sobre organizar e decorar o apê, a melhor coisa que fiz foi aceitar não ter pressa. E algo que li nas minha inúmeras buscas por inspirações, se aplica muito bem aqui:
"Não tenha pressa para decorar sua casa. Respeite os períodos de dúvida. Encare os espaços vazios e paredes em branco com paciência e bom humor".
Então eu fiz isso. Aceitei, alegre e feliz. E em meio a essa aceitação, outra passagem que veio à minha mente foi uma do filme Sob o Sol da Toscana, que sempre foi um dos meus filmes de cabeceira, desses que a gente assiste com qualquer humor, em qualquer oportunidade, e nunca se torna repetitivo:
"Escolha um cômodo e torne-o seu. Avance lentamente pela casa. Seja educado. Apresente-se, para que ela possa se apresentar a você".
Bem, eu não podia escolher exatamente um cômodo para começar, afinal, estamos falando de um conjugadinho que é basicamente um grande cômodo. Então escolhi um cantinho. Escolhi avançar lentamente por cada cantinho do apê. Sem pressa, respeitando os períodos de dúvida, encarando espaços vazios, reconhecendo-os e deixando a imaginação trabalhar. E isso foi dando muito certo pra mim. O primeiro cantinho que acabei escolhendo foi o cantinho da estante amarela.
Em meio a caixas, sacolas e bolsas jogadas pelos cantos, um baú sem lugar definido, um ventilador e um módulo perdidos, esse cantinho foi o primeiro a tomar forma. E depois disso, aquele sentimento de realização e missão cumprida, com direito a sorriso bobo e sincero.
E é claro que, foi o primeiro cantinho a tomar forma, mas continua em constante transformação. À medida que outros cantinhos do apê vão também ganhando forma, livros, plantas, objetos etc, vão ganhando novos lugares, e a estante amarela é uma metamorfose ambulante. Está sempre me lembrando que nada é tão duradouro e inerte que não se modifique ou se queira modificar. A vontade de mudar vem cheia de ideias e possibilidades de crescermos sempre (ainda estou falando da estante amarela?). Mas, sem mais delongas e filosofias, eis a estante amarela (em péssima resolução, pois ainda estou sem a minha câmera ) - o começo do apê, o primeiro cantinho, a metamorfose ambulante.
Originalmente, essa estante tem 5 prateleiras. Optei por não montar a quinta prateleira, mais baixa, para poder ampliar a funcionalidade da estante. Assim, além de espaço para itens decorativos, minha estante amarela é também home office. Ok, fica apertadinho, mas o apê é pequeno então, temos que improvisar!
À medida que cada cantinho do apê vai tomando forma, aquela felicidade de ver o espaço se configurando me acompanha. E vou mostrando aqui todos os detalhes da organização e decoração pra vocês.
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Bah,que show que ficou,adoro isso tem que ter identidade no lar sendo ele uma caixinha de fósforos ou um duplex,hoje em dia as pessoas se "bitolam" muito por tendências,e na maioria das vezes não se reconhecem dentro da própria casa.
ResponderExcluirPirei com a estante,teu cantinho ficou lindo!!!
Bjos,Naya
Concordo com você Naya! A identidade é tudo nos nossos cantinhos. Acho que por isso gosto tanto do Faça Você Mesmo. Quando foi você que fez, tem mais sentido ainda. Obrigada querida! :)
ExcluirBeijinhos,
Iná.